domingo, 19 de outubro de 2008

SOBRE AS DIFERENÇAS FUNDAMENTAIS ENTRE AS RELIGIÕES CHAMADAS CRISTÃS E NÃO-CRISTÃS QUANTO ÀS DOUTRINAS

O universo religioso é muito complexo. Muitas são as perguntas que suscitam a inquietação religiosa, tais como: de onde vim, o que faço aqui e para onde vou. E diante disso, o ser humano se vê cercado por um outro vasto universo, o das religiões. São elas que tentam dar respostas aos anseios religiosos da humanidade.
Todavia, em busca de respostas estas religiões acabam criando um dilema maior, o da verdade. Suas doutrinas são tantas, e tão variadas que uma contradiz a outra causando inquietação na alma daquele que busca um encontro genuíno com Deus.
E é neste confronto com as demais religiões que o cristianismo se mostra tão singular em suas crenças, suas doutrinas. E isto se faz sentir nas próprias palavras de Jesus quando nos diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vai ao Pai a não ser por mim”. (Jo 14.6)
É interessante observar como o Filho de Deus se define, não como uma alternativa ou opção, mas como O caminho, A verdade e A vida, mostrando-se singular em relação a qualquer outro que tenha existido antes dele ou viesse a existir depois. Como reforço de sua mensagem nos diz enfaticamente que ninguém vem ao Pai a não ser por mim. Assim, o cristianismo se apresenta como a única e verdadeira mensagem para as indagações religiosas do coração humano.
Por isso, é interessante compararmos as crenças cristãs em relação as demais religiões, que no geral apresentam crenças muito parecidas, pouco distintivas e que se chocam com as afirmações do cristianismo.
A primeira doutrina importante para nossa comparação é o conceito de Deus. As religiões podem ser divididas em dois grupos básicos quanto a esta questão, em religiões monoteístas e politeístas.
O cristianismo é uma religião monoteísta, pois crê na existência de um único Deus. Assim, já descarta qualquer possibilidade de aproximação conceitual com as religiões politeístas, as quais acreditam na existência de vários deuses. Todavia, é interessante observar que mesmo sendo monoteísta o cristianismo se mostra diferente das demais religiões que professam a crença em um único Deus, pois o conceito cristão abarca a idéia de um Deus Trino. Isto implica dizer que Deus é um só, mas nele subsiste três pessoas distintas, todavia de uma mesma substância e iguais em poder e eternidade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Outra questão importante entre as religiões é o problema do relacionamento do homem com Deus. Na sua maioria as religiões acreditam que o ser humano foi obra da criação divina. Por isso esta necessidade que ele tem de buscar a Deus. Todavia, a forma como este relacionamento é estabelecido é muito diferente entre uma religião e outra, e novamente o cristianismo se mostra singular entre elas. Enquanto que para as demais religiões o fiel se aproxima por meio de sacrifícios e ofertas, o cristianismo alega que só é possível tal contato por meio de Jesus, o Filho de Deus.
Esta doutrina tem sua razão de ser dentro do cristianismo. É crença cristã que o ser humano é pecador e por isso se encontra afastado de Deus, visto que Ele é santo. Assim, só por meio da mediação de Jesus Cristo, que morreu na cruz do calvário e ressuscitou, trazendo vitória sobre a morte, é que alguém pode se aproximar de Deus Pai e ser recebido.
Isto nos aponta para uma terceira diferença essencial entre o cristianismo e as demais religiões, a forma de salvação. Aqui novamente as religiões se dividem. Umas crêem na salvação como uma forma meritória, outras como purificativa e o cristianismo como uma obra da graça de Deus; ou seja, a salvação, segundo a fé cristã, não é obra do ser humano nem de um processo evolutivo espiritual por meio de várias reencarnações, mas obra divina por meio de Jesus, oferecida gratuitamente à todo aquele que nele crê: “Deus, com efeito, amou tanto o mundo que deu o seu Filho, o seu único, para que todo homem que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16); “Com efeito, é pela graça que vós sois salvos por meio da fé; e isso não depende de vós, é Dom de Deus” (Ef 2.8).
Se existe salvação, é porque existe alguma forma de condenação ou punição, e aqui se mostra outra diferença entre o cristianismo e as demais religiões. Por causa do pecado o ser humano foi lançado fora do Paraíso e condenado à morte eterna num local chamado de inferno, que segundo à Bíblia foi criado em princípio para o diabo e seus anjos (Mt 25.41). Os que recebem a Cristo, como vimos, serão salvos, mas os que o recusarem serão condenados.
Para muitas religiões isto é um absurdo, e em vez de castigo eterno crêem em punições temporais, de tal forma que é dado ao fiel uma outra chance, em outra vida, de pagar pelos seus erros.
Neste ponto o cristianismo destoa novamente das demais religiões, principalmente as orientais, ou aquelas influenciadas pelas doutrinas espiritualistas orientais, pois é crença cristã a ressurreição dos mortos, e não a reencarnação. A leitura bíblica cristã afirma que aos homens está destinado morrerem uma única vez vindo, depois disto, o juízo (Hb 9.27). É neste dia de juízo que os corpos ressuscitarão de uma forma nova, gloriosa, sem corrupção e imortal (1 Co 15.50-53).
Este dia do juízo aponta para uma outra crença fundamental do cristianismo que o diferencia das demais religiões, o fim da história. Esta que teve início na criação verá sua consumação no dia da volta de Jesus com o fim julgar vivos e mortos. Assim, a história não é permanente, cíclica, mas linear.
Em suma, são estas as principais diferenças entre as doutrinas cristãs com relação as religiões não-cristãs. Assim esboçava o Credo Apostólico, e entender tais distinções são necessárias a fim de evitarmos sincretismo religioso que tenta passar por ecumenismo em tempos de apostasia.

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