domingo, 29 de janeiro de 2017

O QUE SIGNIFICA CORAM DEO?

O QUE SIGNIFICA CORAM DEO?

R. C. Sproul

Tradução: Airton Williams

Lembro-me de mamãe parada na minha frente, suas mãos apoiadas em seus quadris, seus olhos brilhando como brasas de fogo e dizendo em tons extremamente fortes: “Qual é a grande ideia jovem?”.
Instintivamente eu sabia que minha mãe não estava me fazendo uma pergunta abstrata sobre teoria. Sua pergunta não era, em absoluto, uma questão – era uma acusação disfarçada. Suas palavras eram facilmente traduzidas com o sentido: "Por que você está fazendo o que está fazendo?”. Ela estava me desafiando a justificar meu comportamento com uma ideia válida. Eu não tinha nenhuma.
Recentemente um amigo me perguntou com toda seriedade a mesma questão. Ele perguntou: "Qual é a grande ideia da vida cristã?" Ele estava interessado no objetivo supremo e final da vida cristã.
Para responder a sua pergunta, recusei-me à prerrogativa do teólogo e lhe dei um termo latino. Eu disse: "A grande ideia da vida cristã é coram Deo. Coram Deo capta a essência da vida cristã”.
Esta frase refere-se, literalmente, a algo que ocorre na presença de, ou diante da face de Deus. Viver Coram Deo é viver a vida inteira na presença de Deus, sob a autoridade de Deus, para a glória de Deus.

Coram Deo é viver a vida inteira na presença de Deus, sob a 

autoridade de Deus, para a glória de Deus.


Viver na presença de Deus é compreender que o que quer que estejamos fazendo e onde quer que o façamos, estamos agindo sob o olhar de Deus. Deus é onipresente. Não há lugar tão remoto que possamos escapar de Seu olhar penetrante.
Estar ciente da presença de Deus é também ser agudamente consciente de Sua soberania. A experiência uniforme dos santos é reconhecer que se Deus é Deus, então Ele é, de fato, soberano. Quando Saulo foi confrontado com a glória refulgente do Cristo ressuscitado no caminho de Damasco, sua pergunta imediata foi: "Quem é, Senhor?" Ele não tinha certeza de quem estava falando com ele, mas sabia que quem quer que fosse, era certamente soberano sobre ele.
Viver sob a soberania divina envolve mais do que uma submissão relutante à absoluta soberania que é motivada por um medo de punição. Envolve reconhecer que não há objetivo mais elevado do que oferecer honra a Deus. Nossas vidas devem ser sacrifícios vivos, oblações oferecidas em espírito de adoração e gratidão.
Viver toda a vida Coram Deo é viver uma vida de integridade. É uma vida de totalidade que encontra a sua unidade e coerência na majestade de Deus. Uma vida fragmentada é uma vida de desintegração. É marcado pela inconsistência, desarmonia, confusão, conflito, contradição e caos.
O cristão que compartimentaliza sua vida em duas seções, a do religioso e a do não-religioso, falhou entender a grande ideia. A grande ideia é que toda a vida é religiosa ou nada na vida é religioso. Dividir a vida entre o religioso e o não-religioso é, em si, um sacrilégio.
Isto significa que se uma pessoa cumpre a sua vocação como siderúrgico, advogado ou dona de casa coram Deo, então essa pessoa está agindo tão religiosamente quanto um evangelista que ganha almas que cumpre sua vocação. Isso significa que Davi era tão religioso quando obedeceu ao chamado de Deus para ser um pastor como ele era quando foi ungido com a graça especial da realeza. Significa que Jesus era tão religioso quando trabalhava na oficina carpintaria de seu pai como Ele era no Jardim do Getsêmani.
Integridade é encontrada onde homens e mulheres vivem suas vidas em um padrão de consistência. É um padrão que funciona da mesma maneira básica na igreja e fora da igreja. É uma vida que está aberta diante de Deus. É uma vida em que tudo o que é feito é feito como para o Senhor. É uma vida vivida pelo princípio, não pela conveniência; pela humildade diante de Deus, não por um desafio. É uma vida vivida sob a tutela da consciência que é mantida cativa pela Palavra de Deus.
Coram Deo ... diante da face de Deus. Essa é a grande ideia. Ao lado dessa ideia, nossos outros objetivos e ambições se tornam meras bagatelas.

Para estudo das Escrituras: Mateus 24:13; Romanos 8: 31-36; 2 Coríntios 4: 7-16; Hebreus 6: 9-12; 10: 35-39.

http://www.ligonier.org/blog/what-does-coram-deo-mean/

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

QUAL TEM SIDO A SUA RESPOSTA?

Examinando o pecado da amargura

Mike Summers

Tradução: Airton Williams


Enquanto pecadores, a tentação de devolver mal por mal pode ser forte. A Escritura, entretanto, instrui aos crentes para deixarem a justiça nas mãos de Deus:
Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. (Romanos 12.17-19)
A amargura é uma erva daninha nociva que infecta o coração e a mente. Se for permitida na vida, outros pecados começam a se mover, assumir e dominar o coração da pessoa amargurada:
Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados (Hebreus 12.14-15).
Há três maneiras que a amargura se parece como uma raiz. Primeira, amargura cresce abaixo da superfície no coração e não pode ser detectada até brotar. Ervas daninhas tipicamente não são detectadas até que o ambiente esteja pronto. A flor amarela brilhante de dente-de-leão que aparece em Abril revela que a erva daninha enraizou no verão anterior. Da mesma forma, a raiz de amargura não pode ser detectada até sua “flor” florescer.
Segunda, amargura se torna a fonte de outros problemas que se tornam manifestos em nossas vidas. Se um dente-de-leão é deixado sozinho, suas sementes se espalharão e produzirão outras ervas daninhas depois da sua espécie. Da mesma formam, se for permitido continuar, a amargura cria uma hoste de problemas indesejados em nossas vidas.
Terceiro, a amargura tem o potencial para criar problemas e contaminar a outros. A amargura não é algo que aparece do nada. As sementes da amargura começam pequena e, então, tornam-se uma raiz destrutiva. O solo no qual a amargura cresce se torna fértil por meio de uma ferida relacional que foi deixada sem solução. Esta ferida se torna o solo envenenado a partir do qual a raiz de amargura se desenvolve. Um ressentimento é nutrido, sentimentos de animosidade começam a emergir e um espírito crítico se levanta. A pessoa amarga, em última instância, insiste que tem o direito de se sentir desta forma.
Sentimentos de amargura estão em muitos corações de vingança, ódio, ira e uma hoste de outros comportamentos pecaminosos que nos insensibilizam espiritualmente. Amargura não resolvida pode dificultar muito aquilo que Deus quer fazer em nossa vida. Há seis efeitos mortais ao se responder a dor indesejada com amargura:
  1. A amargura perturba a paz. A amargura cria tumulto em nossas vidas. Ela provoca ansiedade e perturba a paz de Deus que protege nossos corações.

  2. A amargura destrói a alegria. A amargura tem o potencial de destruir a alegria em sua vida, sua família e seus relacionamentos com outros, e manifestará de forma prejudicial e nociva ao longo do curso de sua vida.

  3. A amargura esgota a força. A raiz de amargura suga os nutrientes vivificantes do solo de nossas vidas que precisamos para nos manter firmes. A amargura precisa ser nutrida para sobreviver, e uma pessoa amarga gasta uma vasta quantidade de energia para manter a erva daninha viva – energia que deveria ser gasta em atividades espirituais e relacionamentos saudáveis. A amargura endurece os nossos corações e abre a porta para outros pecados.

  4. A amargura distorce o foco. A amargura vê a vida por meio de lentes distorcidas que torce a realidade e nos cega para as nossas próprias faltas. Isso nos faz mudar o nosso foco do Senhor e colocá-lo em nós mesmos e na dor que sentimos. A amargura nos impede de ver como Deus pode usar o que nós experimentamos para o nosso bem.

  5. A amargura contamina relacionamentos. A amargura deriva de um espírito implacável. Pessoas que são amargas são tipicamente duras, críticas e julgadoras para com outros. Mas nem sempre aparece de forma tão agressiva. Ela pode se manifestar com indiferença, autopiedade ou insensibilidade. A amargura nos conduz a nos distanciarmos daqueles com quem estamos amargos. Nós queremos que eles se machuquem porque em nossa amargura cremos que eles merecem ser feridos.

  6. A amargura desagrada a Deus. Quando nós vivemos com amargura não resolvida, nós nos tornamos prisioneiros de nós mesmos. A amargura nos leva a uma espiral de desânimo, depressão e desespero. Quando nós escolhemos guardar rancor, nós acabamos infligindo mais danos a nós mesmos do que a qualquer outra pessoa. Você não pode minimizar o pecado reivindicando, “eu não estou amargo – eu apenas estou profundamente ferido”. Não desculpe o pecado da amargura. Ao confessar a amargura como um pecado contra Deus, você aceita a responsabilidade por sua resposta à dor em sua vida.
Todo pecado é uma afronta à santidade de Deus – não importa quão “justificado” possamos acreditar que o pecado seja. É imperativo que você se proteja de assumir uma postura autojustificada do tipo, “Pelo menos meu pecado não é adultério!” Só porque você não foi infiel, isto não significa que não há nada do qual você não seja culpado. Assim como Deus odeia o adultério do seu cônjuge, assim também ele odeia os pecados que podem ter se arrastado dentro da sua vida.

* Este texto faz parte do livro “Help! My Spouse Has Been Unfaithful” que será publicado em breve pela Editora SEBI.

Mike Summers serve como pastor na Igreja que plantou em 1989, Countryside Baptist Church, Olathe, Kansas

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

2ª GRADUAÇÃO

Este programa de complementação pedagógica consiste em formar, com o máximo de aproveitamento, profissionais, que já tenham uma graduação, devidamente reconhecida pelo MEC, para o exercício da docência em outras disciplinas.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016