quarta-feira, 30 de junho de 2010

AUTO-ANÁLISE - J.C. Ryle

“Tornemos a visitar os irmãos por todas as cidades em que temos anunciado a palavra do Senhor, para ver como vão” (Atos 15:36).

O texto acima contém uma proposta que o Apóstolo Paulo fez a Barnabé depois da primeira viagem missionária deles. Ele propôs revisitar as igrejas que eles fundaram para ver como estavam indo. Seus membros continuavam firmes na fé? Eles estavam crescendo na graça? Eles estavam se desenvolvendo ou continuavam no mesmo nível? Eles estavam prosperando, ou regredindo? “Tornemos a visitar os irmãos e ver como vão”.

Esta era uma proposta sábia e útil. Vamos propô-la ao nosso coração, e aplicá-la a nós mesmos neste século. Vamos atentar para nossos caminhos, e descobrir o que permanece entre nós e Deus. Vamos ver como estamos indo.

Eu peço a todo leitor deste volume que comece sua leitura, atentamente, juntando-se a mim numa auto-análise. Se alguma vez o exame sobre religião foi necessário, foi nos dias de hoje.

Nós vivemos em uma época peculiar de privilégios espirituais. Desde o início do mundo nunca houve tais oportunidades para a alma de um homem ser salva quanto nos dias de hoje. Nunca houve tantos indícios religiosos na terra, tantos sermões pregados, tantos cultos nas igrejas e capelas, tantas Bíblias vendidas, tantos livros e tratados religiosos impressos, tantas Sociedades Evangelizadoras sendo apoiadas. Coisas estão sendo feitas em todos os lugares nos dias de hoje as quais cem anos atrás se pensava ser impossível. Há uma movimentação em torno da religião nos dias atuais diferente de tudo que vimos desde que a Inglaterra tornou-se nação, que até os mais céticos e infiéis não podem negar.

Se Romaine, Venn, Berridge, Rowlands, Grimshaw e Hervey tivessem sido informados que tais coisas sucederiam cem anos após a morte deles, eles seriam tentados a dizer como o samaritano “Ainda que o Senhor fizesse janelas no céu poderia isso suceder?” (2 Rs. 7:19). Mas o Senhor abriu as comportas do céu. Nos dias de hoje na Inglaterra, existe mais ensino do verdadeiro Evangelho e do caminho da salvação pela fé em Jesus Cristo em uma semana, do que houve em um ano na época de Romaine. Seguramente tenho o direito de dizer que vivemos em uma época de privilégios espirituais. Mas isto nos fez melhores? Numa era como esta é bom perguntarmos “como vamos indo em relação as nossas almas?”.

Vivemos numa época de perigos espirituais. Talvez nunca, desde que o mundo começou, existiu um montante tão grande de meros professos religiosos como nos dias de hoje. Dolorosamente, grande parte das congregações na Terra consistem de pessoas não convertidas, que não sabem nada da verdadeira religião, nunca participam da mesa do Senhor e nunca confessam a Cristo na sua vida diária. Miríades daqueles que estão sempre correndo atrás de pregadores e aglomerando-se para ouvir sermões especiais não são nada melhores do que metais ou címbalos que retinem, sem um pouquinho do Cristianismo real e vital em suas casas. (É curioso e instrutivo observar como a História se repete e quanta semelhança existe no coração humano em todas as épocas. Mesmo na Igreja Primitiva, Cônego Robertson diz: “Muitas pessoas vão à Igreja nas grandes cerimônias cristãs e nos teatros, ou mesmos nos templos para os espetáculos pagãos. O ritual da Igreja era visto como um espetáculo teatral. Os sermões eram ouvidos como exibições retóricas; e eloqüentes pregadores eram saudados com salvas de palmas e de batidas de pés, movimentação de lenços, gritos de “ortodoxo”, “13º apóstolo”, e demonstrações deste tipo, as quais mestres como Crisóstomo e Agostinho tentaram restringir, bem como tentaram persuadir seu rebanho a ouvir de maneira mais produtiva. Alguns iam para a Igreja apenas para ouvir o sermão, alegando que poderiam orar em casa. E quando as partes mais atrativas do culto terminavam, a grande maioria retirava-se sem participar da eucaristia” — Robertson’s “Church History” B II, cap. VI, pág. 356.

Temo que a vida de muitas pessoas religiosas nesta época, nada mais é do que um contínuo aperitivo espiritual. Elas estão sempre buscando, morbidamente, o mais novo estímulo e pouco se importam sobre o que aconteceria se tão somente o conseguissem. Toda pregação parece ser a mesma para elas e parece que são incapazes de “ver diferenças” contanto que escutem aquilo que é mais brilhante, tenham seus ouvidos agradados e estejam no meio de uma multidão. O pior de tudo é que existem centenas de jovens crentes instáveis, tão infectados com o mesmo amor pelo excitamento, que atualmente pensam ser um dever estar sempre buscando-o . Quase insensíveis a si mesmos, assumem um tipo de cristianismo histérico, sensacionalista e sentimental, até que não se contentam mais com as “antigas veredas” e, tal como os atenienses, estão sempre correndo atrás de algo novo. Ver um jovem crente propenso a serenidade, que não seja presunçoso, confiante em si mesmo, orgulhoso, e mais apto a ensinar do que aprender, mais contente com um persistente esforço diário, visando o crescimento na semelhança com Cristo e em fazer o serviço de Cristo tranqüilamente e sem ostentação, em casa, está realmente se tornando raridade! Muitos jovens professos demonstram quão pouco profunda é a sua raiz, e quão pouco conhecimento tem de seus corações, através do estardalhaço, assanhamento, prontidão para contradizer crentes idosos e confiança exagerada em sua própria, fantasiosa, sabedoria e firmeza! E assim será para muitos jovens professos desta época, se eles não pararem, depois de terem sido agitados por um tempo e “levados ao redor por todo vento de doutrina”, por juntar-se a alguma seita mesquinha, tacanha e censuradora, ou por abraçar alguma heresia insensata, ilógica e excêntrica. Certamente, em tempos como este há grande necessidade para a auto-análise. Quando olhamos ao nosso redor, podemos muito bem inquirir “como vai nossas almas?”.

Sobre esta questão, penso que o método mais curto será sugerir uma lista de assuntos para nossa auto-análise e agrupá-los em ordem. Assim fazendo, espero encontrar o caso de cada pessoa que ler este texto. Convido a cada leitor a unir-se a mim numa calma e minuciosa introspecção por alguns minutos. Desejo falar a mim, bem como a vocês. Aproximo-me não como um inimigo, mas como um amigo. “Irmãos, o bom desejo do meu coração e a minha súplica a Deus por Israel é para sua salvação” Rm. 10: 1.

Suportem-me se digo coisas que a primeira vista parecem desagradáveis e severas. Creiam-me, seu melhor amigo é aquele que lhe fala as maiores verdades.
Em primeiro lugar, deixe-me perguntar-lhes: Alguma vez paramos para pensar sobre nossas almas?

Milhares de ingleses, eu temo, não podem responder esta questão satisfatoriamente. Eles nunca dão lugar em seus pensamentos ao assunto religião. Do início ao fim do ano, eles estão absortos com seus negócios, prazeres, política, dinheiro ou auto-indulgência de um tipo ou de outro. Morte, julgamento, eternidade, céu, inferno e o mundo vindouro, nunca são considerados nem olhados com serenidade. Vivem como se nunca fossem morrer, ou ressuscitar, ou estar no tribunal de Deus, ou receber uma sentença eterna! Não se opõem abertamente a religião, por não terem refletido suficientemente sobre ela, para assim o fazer; mas comem, bebem, dormem, ganham dinheiro, gastam dinheiro, como se a religião fosse uma ficção e não uma realidade. Eles não tem nenhuma religião e não se preocupam em formar opinião sobre isto. Um estilo de vida mais insensato e irracional não pode se concebido. Apesar disto, eles não pretendem logicar sobre isto. Eles simplesmente nunca pensam em Deus, a menos que estejam assustados por alguma doença, morte na sua família, ou tenha acontecido algum acidente com um conhecido e isto por alguns minutos somente. Parecem ignorar a religião por completo, excetuando-se estes vislumbres acima, e prosseguem em seus caminhos frios e imperturbáveis, como se não houvesse nenhum pensamento melhor do que este mundo.

É difícil imaginar uma vida mais indigna numa criatura imortal, do que a vida que acabei de descrever, por reduzir o homem ao nível de uma fera. Mas é literal e verdadeiramente a vida de multidões na Inglaterra. E a medida que vão morrendo, seus lugares são ocupados por multidões iguais a eles. O quadro, sem dúvida, é horrível, preocupante e revoltante, mas infortunadamente, é a mais pura verdade. Em cada lugar você encontra pessoas desta classe, que pensam sobre tudo debaixo do sol, exceto sobre uma necessidade real: a salvação de suas almas. Como os judeus antigos eles não “consideram seus caminhos”, não “consideram seu fim”, não “consideram que fazem mal” (Is. 1:3, Dt. 32.29, Ec. 5:1). Como Gálio eles "não se importavam com nenhuma destas coisas" (At. 18:17). Se prosperam no mundo e enriquecem, e são bem sucedidos no curso de suas vidas, eles são louvados e admirados por seus contemporâneos. Nada produz mais efeito na Inglaterra do que o sucesso! Mas, apesar disto, eles não podem viver para sempre. Eles morrerão e surgirão diante do Tribunal de Deus e serão julgados; e então como será o fim deles?

Quando uma grande maioria de pessoas como estas existe no nosso país, nenhum leitor precisa se admirar de eu perguntar se ele pertence a ela também. Se sim, você precisa ter uma marca na sua porta, como a que era usada há dois séculos atrás para identificar uma casa afetada por praga, com as palavras: “Senhor tem misericórdia de nós”. Olhe atentamente para a classe de pessoas que descrevi, e então olhe para sua própria alma.

Em segundo lugar, deixe-me perguntar: Nós alguma vez fazemos alguma coisa por nossas almas?

Existem multidões na Inglaterra que pensam ocasionalmente sobre religião, mas infelizmente nunca vão além disso. Após um sermão animador, ou após um funeral, ou sob a pressão de uma enfermidade, ou no domingo a tarde, ou quando as coisas vão mal nas suas famílias, ou quando se deparam com algum livro ou tratado tocante, eles pensarão e até mesmo falarão um pouco, de modo vago, sobre religião. Mas rapidamente param, como se pensar e falar fosse suficiente para salvá-los. Eles estão sempre intencionando, pretendendo, propondo, resolvendo, desejando e nos falando que eles “sabem” o que é certo, e “esperam” serem achados justificados no fim, mas nunca realizam alguma ação neste sentido. Não existe uma real separação do serviço do mundo e do pecado, não se toma a cruz e segue-se a Cristo, nenhum feito positivo no seu cristianismo. Suas vidas são gastas fazendo a parte do filho a quem o pai disse: “Filho, vai trabalhar hoje na vinha e ele respondeu: Sim, senhor; mas não foi”. (Mt. 21: 28-29). Eles são como aqueles a quem o profeta Ezequiel descreve que gostam da sua pregação, mas nunca praticam o que é pregado: “E eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra; pois com a sua boca professam muito amor, mas o seu coração vai após o lucro. E eis que tu és para eles como uma canção de amores, canção de quem tem voz suave, e que bem tange; porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra”. (Ez. 33: 31-32). Nos dias de hoje, quando ouvir e pensar sem fazer é tão comum, ninguém pode se surpreender que eu importune os homens com a absoluta necessidade de auto-análise. Uma vez mais peço aos meus leitores que considerem a questão do meu texto: Como vamos indo em relação as nossas almas?

Em terceiro lugar, pergunto: Estamos tentando satisfazer nossas consciências com uma mera religião formal?

Há miríades na Inglaterra neste momento, que naufragam nesta rocha. Como os antigos fariseus, eles fazem muito rebuliço sobre a parte externa do cristianismo, enquanto que a parte interna e espiritual é totalmente negligenciada. Eles são cuidadosos com a freqüência aos cultos e o uso regular de todas as suas formas e ordenanças. Nunca estão ausentes da comunhão quando a Ceia do Senhor é ministrada. Algumas vezes são severos na observância da Quaresma e atribuem grande importância aos dias santos. Freqüentemente são entusiastas partidários de suas igrejas, seitas ou congregações, e aptos para contender com qualquer um que não concorde com eles. E apesar disto, não há coração em suas religiões. Qualquer um que lhes conheça intimamente pode ver, facilmente, que suas afeições estão voltadas para as coisas terrenas e não nas do alto; e que tentam disfarçar a falta de cristianismo interno, com uma quantidade excessiva de formas externas. E esta religião formal não lhes faz, verdadeiramente, bem nenhum. Eles não estão satisfeitos. Começando com o objetivo errado, fazendo as coisas exteriores primeiro, não conhecem nada da alegria interior e da paz, e passam seus dias num esforço constante, conscientes, secretamente, que existe alguma coisa errada, apesar de não saberem porquê. Bem, depois de tudo, se eles não vão de um estado de formalidade para outro, se desesperam e tomam um mergulho fatal e caem no papismo. Quando cristãos professos deste tipo são tão, dolorosamente, numerosos, preciso exortá-los da grande importância de uma profunda auto-análise. Se você ama a vida, não se satisfaça com uma religião de casca. Lembre-se das palavras do nosso Salvador sobre os judeus da Sua época: “Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim. Mas em vão me adoram” (Mt. 15: 8-9). É necessário algo mais do que simplesmente ir a igreja diligentemente e receber a Ceia do Senhor, para conduzir nossas almas ao céu. Meios de graça e formas de religião, são úteis neste caminho e Deus raramente faz alguma coisa para Sua Igreja, sem eles. Mas tomemos cuidado para não naufragarmos no farol que ajuda a mostrar o canal que conduz ao porto. Uma vez mais pergunto: Como vamos indo em relação as nossas almas?

Em quarto lugar, deixe-me perguntar: Recebemos o perdão de nossos pecados?

Poucos ingleses racionais pensariam em negar que são pecadores. Muitos talvez possam dizer que não são tão maus como muitos outros, e que não tem sido tão pecaminosos e assim por diante. Mas poucos, eu repito, diriam que sempre viveram como anjos, e que nunca disseram, fizeram ou pensaram qualquer coisa errada em todos os seus dias. Na verdade, todos nós devemos confessar que somos mais ou menos “pecadores” e, como tais, culpados diante de Deus; e, como culpados, precisamos ser perdoados ou estaremos perdidos e condenados por toda a eternidade no último dia. Agora é a glória da religião cristã que provê para nós o perdão que precisamos: completo, gratuito, perfeito, eterno e consumado. É um artigo do conhecido credo que a maioria dos ingleses aprendem quando crianças: “Creio no perdão dos pecados”. Este perdão dos pecados foi comprado para nós, através dos méritos do Eterno Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, que veio a este mundo para ser nosso Salvador, através de sua vida, morte, ressurreição, como nosso substituto. Ele adquiriu este perdão através do Seu precioso sangue, sofrendo no nosso lugar na cruz, satisfazendo a justiça de Deus. Mas este perdão, grande, completo e glorioso, não se torna propriedade de todo homem ou mulher como um fato natural. Não é um privilégio que todo membro de igreja possue, simplesmente porque é um frequentador. É algo que cada indivíduo deve receber, através de sua fé, agarrando-o pela fé, apropriando-se pela fé e fazendo-o seu pela fé; ou então, no que lhe concerne, Cristo terá morrido em vão: “Quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, porém, desobedece ao Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo. 3:36). Nada poderia ser mais simples ou conveniente ao homem. Como o bom idoso Latimer disse sobre a justificação: “É só crer e ter”. É só a fé que é requerida; e a fé nada mais é do que a humilde e sincera confiança da alma que deseja ser salva. Jesus está pronto e disposto a salvar; mas o homem deve vir a Jesus e crer. Todo o que crer será justificado e perdoado, mas sem a fé não há perdão.

Eu temo que aqui é o ponto exato onde multidões de ingleses caem, e estão em iminente perigo de estarem perdidos para sempre. Eles sabem que não há perdão de pecados exceto em Cristo Jesus. Eles podem lhe dizer que não há Salvador para pecadores, Redentor, Mediador, a não ser Aquele que nasceu da Virgem Maria, e foi crucificado sob o poder de Pôncio Pilatos, morreu e foi sepultado. Mas aqui eles param e não prosseguem! Eles nunca chegam ao ponto de segurar-se em Cristo pela fé, e tornar-se um com Cristo e Cristo neles. Eles podem dizer, Ele é um Salvador, mas não meu Salvador; um Redentor, mas não meu Redentor; um Sacerdote, mas não meu Sacerdote; um Advogado, mas não meu Advogado; e assim vivem e morrem indesculpáveis! Martinho Lutero disse: “Muitos estão perdidos porque não podem usar pronomes possessivos”. Quando este é o estado de muitos nos dias de hoje, não se espantem de que eu pergunte se receberam o perdão de seus pecados. Uma eminente cristã uma vez disse, na sua velhice: “O começo da vida eterna na minha alma, foi uma conversa que tive com um idoso cavalheiro que veio visitar meu pai quando eu era criança. Ele tomou-me pela mão um dia e disse: “Minha querida criança, minha vida está perto de acabar, e você provavelmente viverá muitos anos depois de minha partida. Mas nunca esqueça de duas coisas. Uma delas é que existe algo como ter seus pecados perdoados enquanto vivemos. A outra é que há algo como conhecer e sentir que estamos perdoados”. Agradeço a Deus nunca ter esquecido suas palavras”.

Não descansemos até que conheçamos e sintamos, como o Livro de Orações diz, que estamos perdoados.

Uma vez mais pergunto, na questão do perdão de pecados, “Como estamos indo?”

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Felipe Sabino de Araújo Neto®
Proclamando o Evangelho Genuíno de CRISTO JESUS, que é o poder de DEUS para salvação de todo aquele que crê.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

AS RAIZES DO CONFLITO EM GAZA - Nonie Darwish

Diante dos recentes e explosivos acontecimentos em Gaza, o mundo precisa entender as raízes desse eterno conflito, do contrário, estaremos todos nos enganando com falsas esperanças de paz.

Durante décadas, os árabes têm exigido que Israel acabe com a “ocupação” e, em 2005, Israel fez isso, retirando-se de Gaza unilateralmente. Uma vez atendidas todas as exigências, não havia mais nenhum “ciclo de violência” ao qual revidar, nenhuma justificativa para qualquer coisa que não fosse paz e prosperidade. Com sua excelente localização e belas praias no Mediterrâneo oriental, uma Gaza pacífica e próspera poderia ter-se tornado outra Hong Kong – um brilhante centro comercial. Mas, em vez de escolherem a paz, os palestinos escolherem a jihad islâmica. Eles levaram seus lança-foguetes para a fronteira e começaram a bombardear civis israelenses.
Os livros oficiais sobre a sharia definem jihad como: “fazer guerra contra os não- muçulmanos para estabelecer a religião”.

Para entender as razões que levam os palestinos a escolherem a violência em lugar da paz é preciso fazer a ligação entre o comportamento das nações muçulmanas e o conjunto de leis do Islã: a sharia. Os livros oficiais sobre a sharia definem jihad como: “fazer guerra contra os não-muçulmanos para estabelecer a religião”. (Sharia Shafi’i o9.0). Fazer a jihad não é apenas o dever de todo muçulmano como indivíduo; é também o principal dever do chefe de Estado muçulmano (o califa).

Um califa muçulmano tem a incumbência de levar seu povo à guerra e comandar a jihad ofensiva e agressiva. Ele deve organizar a jihad contra qualquer governo não-muçulmano que impeça a da’wah (pregação e disseminação do Islamismo) muçulmana em seu país. (Lei Shafi’i 25.0 a 25.9).

O artigo 25.9 da sharia estabelece:

(Quando o califa nomeia um governante para uma região), se a área faz fronteira com terras inimigas, (ele deve) empreender a jihad contra os inimigos, dividindo os despojos da batalha entre os combatentes e separando um quinto para pessoas que mereçam.

E também:

O califa deve fazer guerra contra judeus, cristãos e zoroastristas até que estes se tornem muçulmanos ou então paguem o imposto individual de não-muçulmanos, desde que, primeiramente, lhes tenha dado a opção de abraçar o Islamismo ou pagar o jizya, o imposto individual para não-muçulmanos (em concordância com a palavra de Alá, o Altíssimo, capítulo 9, verso 29).

Zia-Ul-Haq, ex-presidente do Paquistão, afirmou que “a jihad, em seu aspecto de guerra, é uma responsabilidade coletiva da Ummah (comunidade) muçulmana.

O xeque Maolana Maududi, um dos mais eminentes eruditos islâmicos do século XX, declarou:

O Islã deseja destruir todos os Estados e governos que se oponham à ideologia e ao programa do Islã em toda a face da terra, independentemente do país ou nação onde isso aconteça. O propósito do Islã é implantar um Estado com base em sua própria ideologia e programa... o objetivo da jihad islâmica é eliminar o controle de qualquer sistema não-islâmico e estabelecer em seu lugar um governo islâmico. O Islã não tem intenção de restringir sua revolução a um único Estado ou a alguns poucos países; o objetivo do Islã é realizar uma revolução mundial.

Algumas pessoas parecem pensar que essas leis são apenas relíquias históricas que só existem nos livros, mas não na prática ou na mente dos muçulmanos. Entretanto, esse é o tipo de negação da realidade a que não podemos nos permitir; essas leis controlam o coração, a mente e as ações da maioria dos indivíduos e Estados muçulmanos existentes no mundo de hoje. Essas passagens escriturísticas são ensinadas, pregadas e promovidas como a inquestionável e eterna palavra de Deus, e sua divulgação é financiada pelos petrodólares sauditas em todo o mundo, inclusive em nações ocidentais como a Grã-Bretanha e os Estados Unidos.
Como um líder ou indivíduo muçulmano pode desprezar as centenas de ordens para que os muçulmanos matem judeus e cristãos contidas na Hadith e no Corão?

Nenhum líder muçulmano sobrevive numa nação muçulmana se anunciar o fim da jihad contra os países não-muçulmanos e disser que todas as referências à jihad na lei islâmica não se aplicam mais nos dias de hoje. Tratar países e indivíduos não-muçulmanos como iguais, respeitando-os e mantendo a paz, sem tentar convertê-los ao Islamismo, é uma atitude que contraria a lei islâmica.

Os líderes muçulmanos que se atrevem a ir contra essa ideologia são chamados de traidores e fantoches do “Grande Satanás” ocidental. Nenhum líder muçulmano quer esse tipo de rótulo. Ao assinar o tratado de paz com Israel, em 1979, o então presidente do Egito, Anwar Sadat, confidenciou a pessoas próximas que sabia estar assinando sua própria sentença de morte. Ele compreendia muito bem que, de acordo com a sharia, deveria estar em guerra permanente contra a não-muçulmana nação de Israel.

Como um líder ou indivíduo muçulmano pode desprezar as centenas de ordens para que os muçulmanos matem judeus e cristãos contidas na Hadith e no Corão?

Q 9.29: Combatei aqueles que não crêem em Alá e no Dia do Juízo Final e que não se abstêm do que Alá e Seu Mensageiro proibiram, e nem professam a verdadeira religião daqueles que receberam o Livro, até que, submissos, paguem o Jizya.

Q 9.5: Mas quando os meses sagrados houverem transcorrido, matai os incrédulos onde quer que os acheis.

Q 47.4: E quando vos enfrentardes com os incrédulos (em batalha), golpeai-lhes os pescoços.

Um líder muçulmano não tem como enfrentar seus devotos súditos muçulmanos se tomar a decisão de estabelecer relações de amizade e paz com os judeus. Afinal, as mesquitas de todo o Oriente Médio recitam as ordens dadas por Maomé a todos os muçulmanos:

A Hora (Ressurreição) não chegará até que os muçulmanos lutem contra os judeus e os matem. E os judeus se esconderão atrás de rochas e árvores, e a rocha e a árvore dirão: Ó muçulmano, ó servo de Alá, há um judeu atrás de mim; vem e mata-o! (Sahih Muçulmano 41:6985; também Sahih Bukhari 4:52:177)

Essa Hadith emitida por Maomé torna ilegal a existência de todo um grupo de pessoas. Ela foi promulgada no século VII, e não depois de 1948, quando o Estado de Israel foi criado. Ela não é uma reação provocada por desgraças recentes; é um mandamento permanente.

Muitos muçulmanos afirmam que árabes e judeus conviveram bem durante muitos anos, antes de 1948. Mas essa afirmação ignora o fato de que os judeus tinham que viver como “dhimmis” debaixo da lei islâmica (sharia) e nunca lhes foi permitido governarem a si mesmos fora da sharia. Quando os muçulmanos estavam fracos, normalmente tratavam bem seus dhimmis e ignoravam as ordens para matá-los, subjugá-los e humilhá-los. Mas o ódio aos judeus é inerente às escrituras islâmicas – que não admitem reforma, sob pena de morte.

Essa é a verdadeira base do conflito árabe/israelense: não é um conflito por causa de terra ou de ocupação, mas uma obrigação divina de destruir a vizinha nação (não-muçulmana) de Israel, onde os judeus não são mais dhimmis, mas têm a liberdade de governarem a si mesmos. Não podemos ignorar o fato de que a raiz do problema está nas escrituras muçulmanas. Essa é a verdadeira força motriz por trás da máquina de ódio e propaganda jihadista contra os judeus no mundo muçulmano.

Alguns muçulmanos já me disseram que não acreditam na sharia e me perguntam por que faço tanto estardalhaço em torno disso. Minha resposta é que a sharia é a lei nacional em 54 países muçulmanos, e muitos grupos muçulmanos estão exigindo sua implantação no Ocidente. Em 1990, 45 países muçulmanos assinaram a Declaração do Cairo sobre os Direitos Humanos no Islã, que estabelece a primazia da sharia em relação à Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU.

O mundo muçulmano precisa examinar detidamente suas leis e escrituras sagradas, seus sermões, ensinos e pregações, e remover os obstáculos para a paz que o tem condenado a um permanente estado de jihad. E o mundo não-muçulmano não deve alimentar ilusões. (Nonie Darwish, extraído de www.FrontPageMagazine.com - http://www.beth-shalom.com.br)

Nonie Darwish é americana de origem árabe/muçulmana. Escritora independente e palestrante, administra o site www.arabsforisrael.com.
Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, Fevereiro de 2009.

sábado, 19 de junho de 2010

HOJE, ESTOU TRISTE - Um tributo à irmã-mãe Chiquinha

Faz tempo que não escrevo, tão absorto em projetos que têm consumido meu tempo. Mas hoje, em plenas férias, curtindo momentos especiais com minha esposa e meu filho, precisei voltar ao computador para escrever sobre minha tristeza ao saber do falecimento de uma irmã tão querida, tão amada, tão especial para o meu coração, irmã Chiquinha, Francisca Leite Marcelo.
Foi muito dolorido quando o presbítero Sérgio me telefonou informando o falecimento desta irmã que se tornou muito mais do que irmã, se tornou uma mãe para mim em Tietê, e fonte de inspiração em muitos momentos em que me encontrava desanimado devido às lidas do ministério pastoral.
Em 1998 fui a Tietê para conhecer aquela pequena igrejinha; era a quarta igreja que me convidava para concorrer ao seu pastorado; estava saindo de Itapeva, e Tietê não se mostrava, do ponto de vista humano, o melhor convite. Mas eu não sabia porque, após o culto, freqüentado por no máximo 15 pessoas, saí daquela igrejinha convicto de que Deus me queria ali. Renunciei aos demais convites num ato que parecia loucura. Somente depois de assumir o pastorado da Igreja Presbiteriana de Cruz das Almas soube o porque daquela convicção.
Havia uma irmãzinha maravilhosa naquela igreja, que sozinha, no cantinho do seu quarto orava preocupada com o rumo daquela comunidade, e dizia ao Senhor: Pai, me dá um pastor que pregue, que cante, que toque, que cuide das crianças, dos jovens, dos adultos e dos “velhos” (forma carinhosa como ela se referia às pessoas da sua idade). Sem saber, eu preenchia estes quesitos. Os que pastoreei sabem com quanto amor procurei cuidar de suas vidas. E sei, que por causa desta oração, Deus colocou meu coração em Tietê.
No início foram muitos os desafios, mas sempre eu contava com o carinho e o amor da irmã Chiquinha. Quantas e quantas vezes ela se colocou no lugar da minha mãe para me proteger de muitas agressões verbais, de sentimentos mesquinhos. Através da simplicidade desta mulher encontrei fonte de consolo e abrigo da parte de Deus.
Em meio ao seu jeito “rude” de ser, muitas vezes “braba”, encontrava-se a doçura de uma mulher guerreira, que em meio as muitas dores que a vida lhe havia imposto não se entregava, mas continuava lutando. Mas o que me encantava nesta irmãzinha querida é que sua luta não era por si mesma, mas por outras pessoas que tanto amava.
Renunciou muito de si mesma por amor do seu neto, Paulinho; acreditou na transformação de pessoas que pareciam irrecuperáveis; sempre se mostrou caridosa com os necessitados; nunca deixou de orar por seus filhos, com muitas lágrimas, pedindo a Deus que um dia conhecessem o amor de Cristo que um dia ela conheceu e a inspirava na sua luta. Dentro daquela mulher sofrida com a vida, havia uma mãe, avó, amiga, irmã de um coração sem tamanho, sempre disposto a andar a segunda milha.
Mas o que mais me encantava nesta irmã-mãe era o seu profundo amor pela Palavra de Deus. Desde que conheceu o amor de Cristo viu crescer em seu coração uma fome enorme de conhecimento das Escrituras. Queria conhecer mais e melhor o seu salvador. Quantas tardes passamos juntos estudando a Bíblia, conversando sobre temas difíceis, às vezes complexos sobre a fé, e quanta alegria se podia ver nos seus olhos, no seu doce sorriso, diante da descoberta da verdade de Deus.
Hoje, ao receber a notícia de sua morte, um vazio tomou conta do meu coração. Não somente por sua partida para o encontro com Cristo, mas por ter causado uma profunda decepção ao coração desta irmã. Tive a oportunidade, em vida, de lhe pedir perdão por ter falhado como pastor, por ter pecado e decepcionado a muitos. Sei do seu perdão, mas a frustração e a dor me acompanharão por ter decepcionado pessoas tão maravilhosas como a irmã Chiquinha. Como eu gostaria de não ter lhe feito sofrer; como eu gostaria de ter evitado as suas lágrimas; como eu gostaria de estar ao seu lado neste dia para lhe beijar a fronte e lhe dizer o quanto eu a amava.
Não consigo conter as lágrimas neste momento que escrevo, minha noite se tornou “noite traiçoeira”, mas me consola saber que um dia eu a encontrarei novamente. Consola-me saber que um dia estaremos juntos, novamente, servindo ao nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, pois nada nesta vida, nem mesmo a morte, pode nos separar do grande amor de Deus, em Jesus Cristo.
Com muita dor e lágrimas,
Pastor Airton Williams ou apenas “pastor Williams”, como carinhosamente ela me chamava.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

COMO A PSICOLOGIA SE ENCAIXA COM O ACONSELHAMENTO BÍBLICO?

“Como a psicologia se encaixa com aconselhamento bíblico?”
Psicologia secular, a qual se baseia principalmente nos ensinamentos de Sigmund Freud, Carl Jung e Carl Rogers, não se encaixa com aconselhamento bíblico. Esse também é o caso do que é chamado de “aconselhamento cristão”, porque aconselhamento “cristão” tem a psicologia secular, e não a Bíblia, como sua base. Isto não quer dizer que alguém que se chama de cristão não é também um conselheiro bíblico, mas muitas vezes conselheiros Cristãos usam a psicologia secular como o seu modo de ação.
Psicologia é definida como uma disciplina acadêmica que envolve o estudo científico dos processos mentais e de comportamento, bem como a aplicação desse conhecimento para as várias esferas da atividade humana. Psicologia é humanista por natureza. Humanismo afirma o valor e a dignidade de todos os povos com base na capacidade de determinar certo e errado através das qualidades humanas universais, especialmente a racionalidade. Humanismo rejeita a fé que não se baseia na razão, assim como o sobrenatural e a Bíblia. Portanto, a psicologia é a maneira do homem de tentar compreender e reparar o seu lado espiritual, sem qualquer referência ou reconhecimento do espiritual. A Bíblia declara que a humanidade teve um início diferente do que qualquer outra coisa criada. O homem foi feito à imagem de Deus e Deus soprou no homem (e só no homem) o fôlego da vida, transformando o homem em uma alma viva (Gênesis 1:26; 2:7). Na sua essência, a Bíblia trata da espiritualidade do homem, da sua queda em pecado no Jardim do Éden às consequências que se seguiram, particularmente no que diz respeito à relação do homem com Deus. É o resultado da queda – o pecado- que nos separa de Deus e que exige um Redentor para restaurar essa relação.
Psicologia secular, por outro lado, baseia-se na ideia de que o homem é basicamente bom e a resposta para seus problemas reside dentro de si. Com a ajuda do psicoterapeuta, e muitas vezes do conselheiro Cristão, o paciente se aprofunda no labirinto da sua própria mente e emoções e “lida com todos eles” a fim de sair do outro lado de uma forma mais saudável por ter descoberto a causa das suas dificuldades. A Bíblia, no entanto, pinta um quadro muito diferente da condição dos homens. Ela diz que eles estão “mortos nos vossos delitos e pecados” (Efésios 2:1) e que “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o poderá conhecer?” (Jeremias 17:9). O homem é a vítima do que é chamado de “depravação total”. Mergulhar em uma mente que está à procura da saúde mental é um exercício de futilidade, muito semelhante a tentar encontrar uma rosa crescendo no fundo de uma fossa.
O homem foi criado inocente, mas ele pecou contra Deus. Esse pecado mudou o primeiro homem, Adão, e todos os que vieram depois dele. O resultado foi morte física e espiritual (Gênesis 2:17, 5: 5; Romanos 5:12, Efésios 2:1). A resposta para os problemas espirituais do homem é nascer de novo, quer dizer, estar espiritualmente vivo (João 3:3, 6-7; 1 Pedro 1:23). O homem nasce de novo ao confiar em Jesus Cristo. Confiar em Jesus significa compreender que Ele é único Filho de Deus e o Deus Filho (João 3:16, João 1:1-3). Significa entender e acreditar que Jesus pagou pelos nossos pecados quando morreu na cruz, e que Deus demonstrou ter aceitado Cristo como um sacrifício por nós ao ressuscitar Jesus dentre os mortos (Romanos 4:24-25).
Conselheiros bíblicos, ao contrário de psicoterapeutas e muitos “conselheiros Cristãos”, enxergam a Bíblia – e só a Bíblia – como a fonte de uma abordagem abrangente e detalhada para compreender e aconselhar pessoas (2 Timóteo 3:15-17; 2 Pedro 1:4). Aconselhamento Bíblico tem como objetivo deixar com que Deus fale por Si mesmo através da Sua Palavra, assim como aprender a manejar a Palavra da Verdade corretamente (2 Timóteo 2:15). Aconselhamento Bíblico segue a Bíblia e procura ministrar o amor do Deus verdadeiro e vivo, amor este que lida com o pecado e produz obediência (1 João).
Psicoterapia e muito do aconselhamento Cristão são baseados em necessidades. As necessidades de autoestima, de amor, de aceitação e de importância tendem a dominar. Acredita-se que se essas necessidades forem satisfeitas, as pessoas serão felizes, gentis e morais; se não forem satisfeitas, as pessoas vão ser miseráveis, odiosas e imorais. A Escritura ensina que é Deus, e não nós, quem muda os nossos desejos e que a verdadeira felicidade só pode ser encontrada através do desejo por Deus e de viver uma vida que O agrada. Se as pessoas almejam a auto-estima, amor e significado, elas vão ser felizes se recebem o que querem e miseráveis se não, mas uma coisa é certa: elas continuarão sendo focalizadas em si mesmas em ambos os casos. Por outro lado, se as pessoas desejam a Deus, o Seu reino, Sua sabedoria e a glória da ressurreição, elas serão realmente satisfeitas, alegres, obedientes e bons servos de Deus.
Embora psicoterapeutas seculares tentem ajudar o paciente a encontrar dentro de si mesmo o poder para satisfazer suas próprias necessidades, para a maioria dos psicólogos cristãos, Jesus Cristo é quem tem o poder para cuidar das necessidades e das feridas do psiquismo. O paciente é apenas convidado a perceber o quanto ele é amado por Deus, e a cruz demonstra apenas como ele é precioso para Deus, a fim de aumentar sua auto-estima e para satisfazer a sua necessidade de ser amado. Mas na Bíblia, no entanto, Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus crucificado no lugar dos pecadores. O amor de Deus realmente acaba com a busca incessante da auto-estima. Ele produz, em vez disso, uma grande e grata estima pelo Filho de Deus, o Cordeiro digno de louvor, o qual nos amou e deu a Sua vida por nós. O amor de Deus não atende às nossas luxúrias de ser amado como nós somos. Ele acaba com esse desejo enganador a fim de nos amar apesar de quem realmente somos e para nos ensinar a amar a Deus e ao próximo (1 João 4:7-5:3).
Quando uma pessoa pecaminosa procura por um psicólogo secular ou um conselheiro cristão a fim de satisfazer suas necessidades ou para alcançar felicidade, autoestima e satisfação, ela vai inevitavelmente sair desse aconselhamento se sentindo vazia. Jesus disse que temos que morrer para nós mesmos e nascer de novo. Quando nos aproximamos dEle, devemos ter a intenção de colocar de lado a velha natureza, não só consertá-la, e de nos vestir da nova natureza, a natureza que vive para Cristo e que procura servir a Ele e a outras pessoas por amor ao que Ele fez. Conselheiros verdadeiramente bíblicos procuram ajudar os seus clientes a fazer justamente isso. Eles seguem a Bíblia e visualizam o aconselhamento como uma atividade pastoral cujo objetivo não é a autoestima, mas a santificação, quer dizer, crescimento em piedade e em viver à semelhança de Cristo.
GotQuestions / Padom

terça-feira, 15 de junho de 2010

CURA INTERIOR: O que há de errado com esta prática? - Dave Hunt

Sob uma máscara de terminologia cristã, uma variada gama de psicoterapias está assolando a Igreja, levando os crentes a afastarem-se de Deus e a voltarem-se para si mesmos. Dentre elas, as mais nocivas são as terapias regressivas, criadas para sondar o inconsciente do indivíduo à procura de lembranças escondidas que supostamente causam males que vão desde a depressão, os acessos de ira e até as más condutas sexuais, e por isso devem ser reveladas e "curadas". Estas ramificações de teorias freudianas e jungianas, baseadas no ocultismo e que há décadas vêm causando um impacto destrutivo na sociedade, estão agora fazendo estragos dentro da Igreja.
A "cura interior"
Uma forma popular de terapia de regressão é a chamada "cura interior", introduzida na Igreja pela ocultista Agnes Sanford (veja A Sedução do Cristianismo). Depois de sua morte, [essa terapia] foi levada avante pelos que foram influenciados por ela, tais como os terapeutas leigos Ruth Carter Stapleton (irmã do ex-presidente americano Jimmy Carter – N. R.), Rosalind Rinker, John e Paula Sandford, William Vaswig, Rita Bennett e outros. A cura interior, no início predominante entre igrejas carismáticas e liberais, espalhou-se amplamente nos círculos evangélicos, onde é praticada de forma mais sofisticada por psicólogos como David Seamands, H. Norman Wright e James G. Friesen, e igualmente por terapeutas leigos como Fred e Florence Littauer. A insistência veemente dos Littauer de que rara é a pessoa "que pode dizer que verdadeiramente teve uma infância feliz", certamente condiciona seus aconselhados a recobrar memórias traumáticas e infelizes.
Mesmo que fosse possível, com precisão e segurança, deveríamos sondar o passado para trazer à tona memórias esquecidas? Notoriamente, a memória é enganosa e está a serviço do ego. É fácil persuadir alguém a "lembrar-se" de algo que jamais pode ter ocorrido. Pela sua própria natureza, tal como outras formas de psicoterapias, a cura interior cria falsas memórias. Além disso, por que deverá alguém revelar a lembrança de um abuso passado para que possa ter um bom relacionamento com Deus? Onde se encontra isto na Bíblia? Se parcelas do passado devem ser "lembradas", por que não cada detalhe? Essa tarefa se mostraria impossível. Entretanto, uma vez aceita esta teoria, jamais se terá certeza de que algum trauma não continue escondido no inconsciente – um trauma que detém a chave do bem-estar emocional e espiritual!
"...as coisas antigas já passaram..."
Contrastando com esta idéia, Paulo esquecia-se do passado e prosseguia para o prêmio prometido (Fp 3.13-14) a todos quantos amam a vinda de Cristo (2 Tm 4.7-8). As conseqüências do passado são insignificantes se os cristãos são verdadeiramente novas criaturas, para quem "as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas" (2 Co 5.17). Investigar o passado de alguém a fim de achar uma "explicação" para o seu comportamento atual choca-se com o ensino completo das Escrituras. Se bem que possa parecer uma ajuda por algum tempo, na realidade, está tirando da pessoa a solução bíblica através de Cristo. O que importa não é o passado, e sim o nosso relacionamento pessoal com Cristo agora.
Mesmo assim, muitas pessoas afirmam ter sido ajudadas pela terapia regressiva. Descobrir a "causa" em um trauma passado (seja real ou uma "memória" implantada por sugestão no processo terapêutico) pode produzir uma mudança de atitude e de comportamento por algum tempo. No entanto, mais cedo ou mais tarde, voltará a depressão ou a ira, a frustração ou a tentação, levando a pessoa a renovar a busca no passado para descobrir o trauma "chave" cuja lembrança ainda não foi revelada. E assim continuamente.
"Hiatos de memória"?
Em harmonia com o princípio freudiano de toda "cura interior", o livro Freeing your Mind from Memories that Bend (Libertando Sua Mente de Memórias que Aprisionam) de Fred e Florence Littauer, apresenta a tese de que revelar as memórias ocultas é a chave para o bem-estar emocional e espiritual. Eles sugerem que quaisquer "hiatos de memória" da infância indicam a probabilidade de abuso (com grande possibilidade de ser na área sexual). Por esta definição, todos nós fomos abusados, pois a maioria de nós não se consegue lembrar de cada casa em que moramos, de cada escola onde estudamos, de cada professor e colega de aula, de cada passeio com a família quando éramos crianças. Ensinar que estes "hiatos de memória" indicam períodos de abuso encobertos na lembrança, como fazem os Littauer, é contrário ao senso comum, sem respaldo científico e sem apoio bíblico.
Quatro Temperamentos, Astrologia e Testes da Personalidade
Os Littauer, como tantos outros autores neste campo, baseiam sua abordagem nos chamados quatro temperamentos. Essa teoria sobre a personalidade, já há muito desacreditada, surgiu da antiga crença grega de que o universo físico era composto de quatro elementos: terra, ar, fogo e água. Empédocles relacionou-os com quatro divindades pagãs, enquanto Hipócrates associou-os aos que eram considerados, na época, os quatro humores do corpo: sangue (sangüíneo), fleuma (fleumático), bílis amarela (colérico) e bílis negra (melancólico). Estas características eram ligadas aos signos do zodíaco.
Apesar da falta de base científica para os quatro temperamentos, muitos psicólogos cristãos e "curadores" leigos, no entanto, confiam neles plenamente e fazem deles a base para "classificação da personalidade" e a chave para o discernimento comportamental. Contudo, como salientam Martin e Deidre Bobgan em seu excelente livro Four Temperaments, Astrology & Personality Testing (Quatro Temperamentos, Astrologia e Testes da Personalidade):
A palavra temperamento vem do latim temperamentum, que significava "combinação apropriada". A ideia era que se os fluidos corporais fossem temperados, isto é, reduzidos em sua intensidade contrabalançando os humores uns com os outros, então ocorreria a cura...
Pensava-se que até mesmo as posições dos vários planetas alteravam para melhor ou pior tais fluidos...
Os quatro temperamentos já tinham sido virtualmente descartados após a Idade Média... até que alguns extravagantes os descobriram no baú do passado e os colocaram no mercado na linguagem do século XX... [Recentemente] os temperamentos experimentaram um renascimento... entre astrólogos e cristãos evangélicos... Os quatro temperamentos são a parte da astrologia tornada palatável para os cristãos.
Versículos fora do contexto
Tal como outros psicólogos cristãos e praticantes leigos da cura interior, a teoria e prática dos Littauer não provêm de uma exegese cuidadosa das Escrituras, mas eles citam, de vez em quando, um versículo isolado na tentativa de dar aparência de apoio bíblico. Por exemplo, eles citam parte de um versículo – "Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, eu provo os pensamentos [do homem]" (Jr 17.10) – que aparece logo abaixo do título do segundo capítulo: "Examinando-nos a nós mesmos". Na realidade, esse texto bíblico opõe-se à ideia de nos esquadrinharmos a nós mesmos. Somente Deus pode compreender e esquadrinhar os nossos corações. "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração... para dar a cada um segundo... o fruto de suas ações" (Jr 17.9,10).
O contexto destes dois versículos desmente a aplicação feita não só pelos referidos autores, mas também por outros bem-intencionados "praticantes da cura interior". Deus amaldiçoa quem confia em qualquer outra coisa e abençoa aqueles que confiam exclusivamente nEle. Quanto a estes, segundo a Sua promessa, "serão como árvore plantada junto às águas, e [nunca] deixarão de dar fruto" (Jr 17.8). Uma vida frutífera (amor, alegria, paz, etc.) é produzida pela obra do Espírito de Deus na vida dos que submetem a Ele seus corações enganosos! Em lugar algum a Bíblia diz que fazer testes de personalidade e conhecer o "temperamento" de alguém ajuda Sua obra em nós.
Os Littauer têm extrema dificuldade em encontrar textos, ainda que remotamente apropriados, e por isso são forçados ao mau emprego da Bíblia. Tomando mais um exemplo, o capítulo intitulado "As Lembranças Mais Remotas" é iniciado com o versículo "Lembro-me destas coisas – e dentro de mim se me derrama a alma" (Sl 42.4). Davi, na realidade, nem se refere às suas "lembranças mais remotas", e sim às críticas e ao escárnio atuais que está sofrendo daqueles que "dizem continuamente [isto é, presentemente]: O teu Deus, onde está?" O versículo "Escreve num livro todas as palavras que eu disse" (Jr 30.2), é citado logo abaixo do título do capítulo "Pronto, Objetivo, Escreva". Este capítulo fala sobre "examinar o seu passado" e "anotar as suas emoções" – nada poderia estar mais distante de Jeremias escrevendo as Escrituras sob a inspiração do Espírito Santo!
Leão, castor, lontra e cão de caça?
Os autores mencionados são apenas um exemplo dentre um exército de praticantes da cura interior, quer sejam psicólogos cristãos ou cristãos leigos, os quais, embora possam ser sinceros, estão desviando milhões de cristãos. Gary Smalley e John Trent, sucessos de vendas na área de psicologia-pop, fortemente promovidos por James Dobson, apresentaram os seus próprios temperamentos, baseando-se em quatro tipos de animais: leão, castor, lontra e cão de caça!
Tipos de personalidade
Presumivelmente, descobre-se "o tipo de personalidade" ou "temperamento" de um indivíduo através de um teste do perfil da personalidade, tais como: Indicador do Tipo Myers-Briggs (ITMB), Análise do Temperamento Taylor-Johnson (ATTJ), Sistema do Perfil Pessoal (SPP), Teste do Perfil da Personalidade (TPP), Perfis Pessoais Bíblicos (PBB), etc. Os testes de personalidade, embora populares, são duvidosos. A personalidade humana com sua capacidade de escolha e um coração do qual Deus diz que é "mais enganoso do que todas as coisas" resistem às fórmulas predicativas e são por demais complexos para serem enquadrados em categorias. Até mesmo as classificações supostamente promissoras de pessoas como Personalidades do Tipo A (suscetíveis a ataques cardíacos), Tipo B (menos suscetíveis) e Personalidades Suscetíveis ao Câncer, etc., estão sendo rejeitadas pela impossibilidade de correlacionar cientificamente a doença com "o tipo de personalidade".
Um grande número de autores cristãos populares e palestrantes como o psicólogo H. Norman Wright e o analista financeiro Larry Burkett são os responsáveis pela promoção destes testes incorretos e nocivos. As teorias dos quatro temperamentos e da classificação da personalidade banalizam a alma e o espírito humanos e fornecem desculpas para um comportamento não-cristão. O foco está no eu, analisando-se as emoções, a personalidade e a infância da pessoa na tentativa de descobrir por que ela pensa e faz o que faz.
O foco em Deus, em Cristo e em Sua Palavra
Ao contrário, a Bíblia coloca o foco em Deus, em Cristo e em Sua Palavra, transferindo-o de nós para Ele, do passado para o serviço presente, e para a esperança da volta de Cristo. Ao invés de procurar identificar a personalidade e o temperamento, consultando sistemas especulativos relacionados à psicologia, astrologia e ocultismo, devemos deixar que nossos pensamentos e ações sejam governados pela suficiente e inerrante Palavra de Deus. A Sua promessa é que, se observarmos a doutrina em Sua Palavra, Ele dirigirá nossa vida através de "repreensão, correção e educação na justiça" (2 Tm 3.16). Como resultado, homens e mulheres de Deus tornam-se maduros, aperfeiçoados e preparados para toda boa obra (v. 17). Pedro nos assegura que Deus "nos tem doado todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude" (2 Pe 1.3). Jesus declara que aqueles que permanecem em obediência à Sua Palavra são Seus verdadeiros discípulos, que "conhecem a verdade" e a quem a verdade libertará (Jo 8.31-32). Somente os que duvidam de tais promessas ou não querem seguir o caminho da cruz voltam-se para teorias e terapias humanas.
Exemplos bíblicos
A Bíblia jamais faz alusão aos tipos de personalidade, nem classifica as pessoas segundo habilidades ou fraquezas como meio de identificar-lhes a capacidade e prognosticar-lhes o sucesso ou o fracasso na obra de Deus. Rejeitando a armadura de Saul, com apenas uma funda e cinco pedras, Davi subiu contra Golias, poderosamente armado, que aterrorizava todo o exército de Israel. Qual foi o segredo? "Eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor dos Exércitos... Hoje mesmo, o Senhor te entregará nas minhas mãos" (1 Sm 17.45-46). A confiança de Davi estava no Senhor e não em si próprio. Mesmo que Davi não fosse hábil na funda, Deus o capacitaria a acertar o alvo. Paulo chegou ao ponto de afirmar que Deus lhe dissera que o Seu poder se aperfeiçoava na fraqueza de Paulo. Daí sua declaração: "...quando sou franco, então, é que sou forte" (2 Co 12.10). Tais afirmativas refutam todo o fundamento lógico dos testes de personalidade, da identificação dos temperamentos, da auto-estima e do aumento do valor-próprio.
A Bíblia está repleta de exemplos de homens e mulheres odiados, abusados e renegados pelos seus próprios familiares – homens e mulheres solitários, sem amigos, faltos de talentos ou capacidade, mas que triunfaram nas maiores adversidades porque confiavam em Deus. Estes heróis e heroínas da fé desmentem a focalização no ego humanista e antibíblica, que é a base de todas as psicologias pop da cura interior. Moisés é apenas um exemplo dentre muitos outros.
O libertador Moisés
Quando Deus o chamou para ir ao Egito para libertar o Seu povo, Moisés alegou ser incapaz de tal missão e pediu-Lhe que escolhesse outra pessoa (Êx 3.11; 4.10-13). Por acaso Deus lhe aplicou algum teste de personalidade para mostrar que Moisés tinha aptidão? O Senhor tratou da frágil auto-estima de Moisés ou do seu baixíssimo valor-próprio? Ele lhe receitou a cura interior para libertá-lo das memórias encobertas por ter sido abandonado pelos seus pais e criado num lar adotivo, e da falta de identidade própria resultante disto? Foi-lhe ministrado um curso de auto-aperfeiçoamento, autoconfiança e sucesso? Pelo contrário, Deus lhe prometeu: "Eu serei contigo"!
O "aconselhamento" bem-intencionado daqueles que tentam ajudar os cristãos a se compreenderem pela focalização no eu, na realidade, está privando os aconselhados da presença e do poder divinos que Moisés experimentou. As forças e fraquezas humanas são irrelevantes neste caso. O que vale é se o poder do Espírito Santo de Deus é ou não manifesto na vida da pessoa. Muitos, se não a maioria dos personagens bíblicos, bem como dos heróis da fé mais recentes, desde os primeiros mártires até os grandes pioneiros missionários do século XIX, provavelmente falhariam nos atuais testes dos perfis de personalidade.
Na verdade, Deus não escolheu Moisés por sua elevada qualificação, mas por ser ele o homem mais manso na face da terra (Nm 12.3). Por que Deus escolheria tal pessoa para enfrentar Faraó, o mais poderoso imperador da época, no seu próprio palácio, para libertar Israel de suas garras? Ele o fez para ensinar os israelitas a confiar nEle e não em homens para seu livramento!

Os heróis da fé sem "terapias"
Jamais se encontra alusão de que José, Davi, Daniel, ou qualquer outro herói da fé precisasse de terapias como as que estão por aí, consideradas hoje tão vitais e eficazes. Foi quando Jó teve um vislumbre de Deus e disse: "Eu me abomino [odeio] e me arrependo no pó e na cinza" (Jó 42.6), que ele foi restaurado pelo Senhor. Foi também quando Isaías teve a visão de Deus e clamou: "Ai de mim! Estou perdido! (Is 6. 1-8) que Deus pôde usá-lo. Precisamos mudar o foco de nossa atenção, volvendo os olhos para o Senhor e não para nós mesmos.
Manifestação do poder de Deus em nossa fraqueza
Tenha sede de Deus! Procure conhecê-lO! O fruto do Espírito não vem como resultado de compreendermos a nós mesmos através do uso de técnicas ou análises humanistas, mesmo revestidas de linguagem bíblica, mas pela manifestação do poder do Espírito Santo em nossa fraqueza. Seja fraco o suficiente para que Ele possa usá-lo! (TBC 2/93, traduzido por David Oliveira Silva)
Dave Hunt
Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, agosto de 1998.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

É PROIBIDO SER INTELIGENTE

No início do ano (2010), nossa igreja, Episcopal Carismática do Brasil, Brasília-DF, realizou um seminário no período de carnaval sobre a vida e a teologia dos cristãos primitivos. Na ocasião, o professor Denes (que expôs sobre a vida dos cristãos primitivos), fez uma observação muito interessante sobre os símbolos do cristianismo. Falando sobre o uso da cruz, seja na igreja ou como pingente de uma correntinha, disse-nos que tal atitude implicava em coragem para declarar publicamente sua fé. Então, falou da sua experiência como acadêmico de teologia e história, pois o uso de uma correntinha com a cruz no campo acadêmico implica em preconceito cientifico, como se a nossa fé anulasse nossa capacidade de pesquisa e produção, como se existisse um método científico isento de crenças. Pois bem, nesta semana assisti um vídeo, sugerido pelo Pb. Solano Portela, que demonstra claramente este preconceito; no caso, em debate a questão evolução versus criação. Convido você a assistir estes vídeos. Coloquei o primeiro, mas você pode ir acessando, na sequência, os demais.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

OS APÓSTOLOS SEGUNDO O NOVO TESTAMENTO - John Stott - extraído do livro "Sinais de uma igreja viva", em www.monergismo.com.br

Há muita confusão na igreja atual sobre a palavra “apóstolo”. No Novo Testamento este termo é usado em três sentidos. Em somente um versículo se aplica a todos os crentes, em João 13:16, onde Jesus disse que aquele que é enviado não é maior do que quem o enviou. A palavra “enviado” é traduzida do grego apóstolo. Jesus declara que os cristãos estão comprometidos com a missão apostólica da igreja no mundo. Nesse sentido geral, todo cristão é um apóstolo.
O segundo uso da palavra se aplica aos cristãos como enviados da igreja. Em II Coríntios 8:23 e em Filipenses 2:25, Paulo descreve a Epafrodito como seu apóstolo ou enviado. Os “apóstolos da igreja” no Novo Testamento eram o que hoje chamamos missionários, mensageiros do evangelho enviados para uma igreja em particular com uma missão específica.
O uso mais freqüente do termo “apóstolo” no Novo Testamento é no seu sentido restrito, aplicado aos doze apóstolos de Jesus. A este grupo reduzido se somou o apóstolo Paulo, provavelmente Tiago e talvez mais alguns. Não eram apóstolos da igreja, mas sim apóstolos de Cristo, mensageiros que Ele havia elegido e chamado. Paulo, a exemplo dos doze, recebeu este chamado de Jesus Cristo de forma direta e pessoal. Como eles, também era testemunha da ressurreição. É certo que não havia conhecido Jesus Cristo em sua existência terrena; tão pouco teve o enorme privilégio de passar esses três anos formativos com os discípulos de Jesus. No entanto, o Cristo ressuscitado lhe apareceu pessoalmente; sem essa experiência da
ressurreição de Cristo, Paulo não poderia ter sido um apóstolo. Paulo se refere aos seus antecedentes como apóstolo no capítulo 9 da mesma carta aos Coríntios, e reitera o mesmo conceito no capítulo 15, ao enumerar as aparições de Jesus depois da ressurreição. Em 15:8, disse: “Por último, como a um abortivo, apareceu a mim”. Ainda que se trate de uma aparição peculiar de Cristo, posterior a sua ascensão, Paulo reclama a validade desta circunstância para respaldar seu nome na lista dos apóstolos. Podemos dizer com toda firmeza que na atualidade não há na igreja apóstolos de Jesus Cristo, porque ninguém teve uma aparição do Cristo ressuscitado. Existem líderes, bispos, evangelistas, pioneiros, missionários e plantadores de igrejas aos quais podemos nos referir como ministros apostólicos. É válido dar-lhes o qualificativo “apóstolo” (adjetivo), porem não lhes corresponde o título de “apóstolo” (substantivo). Há uma diferença fundamental entre aqueles primeiros apóstolos e qualquer mensageiro do evangelho que os tem sucedido.
A igreja primitiva compreendeu muito bem esta diferença. Quando morreu o último apóstolo, a igreja sabia que se iniciava uma etapa nova, a era pós-apostólica. Uma das melhores evidências disto é o testemunho do bispo Ignácio da Síria, a quem os eruditos localizam ao redor de 110 DC, quando já tinham morrido os apóstolos. Ignácio foi condenado à morte por ser cristão e ia a caminho de Roma, fazia seu martírio. Durante a travessia, escreveu uma série de cartas às igrejas, algumas das quais chegaram ate nós. Nelas Ignácio repete com freqüência este conceito: “Não lhes dou ordem ou mandamento como fizeram Pedro e Paulo, porque eu não sou apóstolo para condenar os homens”. Ainda que fosse bispo, Ignácio enfatizava que não era apóstolo nem tinha a mesma autoridade que eles. É de se esperar que nós entendamos este conceito com a mesma clareza.
Se houvesse hoje pessoas com a mesma autoridade que aqueles primeiros apóstolos, deveríamos agregar seus ensinamentos ao Novo Testamento e toda a igreja estaria comprometida em aceitá-los e obedecê-los. Porém, ninguém tem a autoridade comparável à dos doze e Paulo. Devemos distinguir entre os apóstolos da igreja, os quais existem muitos ao redor do mundo hoje, e aqueles apóstolos de Cristo.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O NAVIO "PACIFISTA" DA ONU E O ATAQUE DE ISRAEL

Se você acha que o navio de "ajuda humanitária" da ONU foi atacado injustamente, te convido a ler a carta abaixo e a acessar http://www.beth-shalom.com.br/artigos/flotilha_gaza.html

Relato de uma brasileira que serve no Exercito de Israel

*por Recebemos o relato de Ana Luiza Tapia, uma brasileira que fez aliá há cerca de 2,5 anos e que atualmente está servindo na área médica do Exército de Israel. Ela conta com suas palavras um pouco do que se passou por lá em relação à frota de navios com "ajuda humanitária". (Colaboração de Uri Lam). Nota do editor: O texto abaixo está publicado da mesma forma que o recebemos, sem nenhum tipo de edição ou correção.


"Oi a todos!

Primeiro quero agradecer a todos os e-mails preocupados. Eu estou bem, ótima. Eu peço desculpas por não escrever mais frequentemente, mas no exército é assim. Não temos tempo para nada. Sei que todos já estão cansados de ouvir falar do que aconteceu em Gaza nesta semana, mas como ouvi muitas asneiras por aí, resolvi contar a vocês a minha versão da história. Eu não quero que pensem que virei alguma ativista ou algo do gênero. Eu continuo a mesma Ana de sempre. Mas por ter feito parte desse episódio, não posso me abster de falar a verdade dos fatos.

EU ESTAVA LÁ! NINGUÉM ME CONTOU. NÃO LI NO JORNAL. NÃO VI FOTOS NA INTERNET OU VÍDEOS NO YOUTUBE. VI TUDO COMO FOI MESMO, AO VIVO E COM MUITAS CORES. Como vocês sabem, eu estou servindo com médica na medicina de emergência do exército de Israel, departamento de trauma. Isso significa: medicina em campo.

4:30h da manhã de segunda-feira: meu telefone do exército começa a tocar. Possíveis conflito em Gaza? Pedido de ajuda da força médica, garantir que não faltarão médicos. Minha ordem: aprontar-me rapidamente e pegar suprimentos, o helicóptero virá me buscar na base. No caminho, me explicam a situação. Há um navio da ONU tentando furar a barreira em Gaza. Li todos os registros fornecidos pela inteligência do exército (até para entender o tamanho da situação).

O navio se aproximou da costa a caminho de Gaza. O acordo entre Israel e a ONU é que TODOS os barcos devem ser inspecionados no porto de Ashdod em Israel e todos os suprimentos devem ser transportados pelo NOSSO exército a Gaza. Isso porque AINDA HOJE, cerca de 14 mísseis tem sido lançados de Gaza contra Israel diariamente. E não podemos permitir que mais armamento e material para construção de bombas seja enviado ao Hamas, grupo terrorista que controla gaza. Dessa forma, evitamos uma nova guerra. Ao menos por agora.

O navio se recusou a parar. Disseram que eles mesmo entregariam a carga a Gaza. Assim, diante de um navio com 95% de civis inocentes (os outros 5% são ativistas de grupos terroristas aliados ao Hamas, que tramaram toda essa confusão), Israel decidiu oferecer aos comandantes do navio que parassem para inspeção em alto mar. Mandaríamos soldados para inspecionar o navio e se não houvesse armamento ele poderia seguir rumo a Gaza.

ESSA FOI UMA ATITUDE EXTREMAMENTE PACIFISTA DO NOSSO EXÉRCITO, EM RESPEITO AOS CIVIS QUE ESTAVAM NO NAVIO. E, SE NÃO HÁ ARMAMENTO NO NAVIO, QUAL É O PROBLEMA DE QUE ELE SEJA INSPECIONADO?

Os comandantes do navio concordaram com a inspeção.

5:00h - Minha chegada em Gaza. Exatamente no momento em que os soldados estavam entrando nos barcos. E FORAM GRATUITAMENTE ATACADOS: tiveram suas armas roubadas, foram espancados e esfaqueados. Mais soldados foram enviados, desta vez para controlar o conflito. Cerca de 50 pessoas se envolveram no conflito, 9 morreram. Morreram aqueles que tentaram matar nossos soldados, aqueles que não eram civis pacifistas da ONU, mas sim militantes terroristas que comandavam o grupo. Todos os demais 22 feridos entre os tripulantes do navio, foram ATENDIDOS E RESGATADOS POR NÓS, EU E MINHA EQUIPE E ENVIADOS PARA OS MELHORES HOSPITAIS EM ISRAEL.

Entre nós, 9 feridos. Tiros, facadas e espancamento. Um deles ainda está em estado gravíssimo após concussão e 6 tiros no tronco. Meninos entre 18 e 22 anos, que tinham ordem para inspecionar um navio da ONU e não ferir ninguém. E não o fizeram. Israel não disparou nem o primeiro, nem o segundo tiro. Fomos punidos por confiar no suposto pacifismo da ONU. Se soubéssemos a intenção do grupo, jamais teríamos enviados nossos jovens praticamente desarmados para dentro do navio. Ele teria sim sido atacado pelo mar. E agora todos os que ainda levantam a voz contra Israel estariam no fundo mar.

Depois de atender os nossos soldados, me juntei a outra parte da nossa equipe que já cuidava dos tripulantes. Mesmo com braceletes dizendo MÉDICO em quatro línguas (inglês, turco, árabe e hebraico) e estetoscópios no pescoço, também a nós eles tentaram agredir. Um deles cuspiu no nosso cirurgião. Um outro deu um soco na enfermeira que tentava medicá-lo. ALÉM DE AGRESSORES, SÃO TAMBÉM INGRATOS.

Eu trabalhei por 6 horas seguidas atendendo somente tripulantes do navio. Todo o suprimento médico e ajuda foram oferecidos por Israel. Depois do final da confusão o navio foi finalmente inspecionado. LOTADO DE ARMAS BRANCAS E MATERIAL PARA CONFECÇÃO DE BOMBAS CASEIRAS. ONDE É QUE ESTÁ O PACIFISMO DA ONU???

Na terça-feira, fui visitar não só os nossos soldados, mas também os feridos do navio. Essa é a política que Israel tenta manter: nós não matamos civis como os terroristas árabes. Nós não nos recusamos a enviar ajuda a Gaza. Nós não queremos mais guerra. MAS JAMAIS VAMOS PERMITIR QUE MATEM OS NOSSOS SOLDADOS.

Só milionário idiota que acha lindo ser missionário da ONU não entende que guerra não é lugar para civis se meterem. Havia um bebê no barco (que saiu ileso, obviamente): alguém pode explicar por que uma mãe coloca um bebê em um navio a caminho de uma zona de guerra? Onde eles querem chegar com isso? ELES NÃO ENTENDEM QUE FORAM USADOS COMO FERRAMENTA CONTRA ISRAEL, E QUE A INTENÇÃO NUNCA FOI ENVIAR AJUDA A GAZA E SIM GERAR POLÊMICA E CRIAR AINDA MAIS OPOSIÇÃO INTERNACIONAL.
E CONTINUAM SEM ENTENDER QUE DAR FORÇA AO TERRORISMO DO HAMAS, DO HEZBOLLAH OU DO IRÃ SÓ SIGNIFICA MAIS PERIGO. NÃO SÓ A ISRAEL, MAS AO MUNDO TODO.

E o presidente Lula precisa também entender que desta guerra ele não entende. E QUE O BRASIL JÁ TEM PROBLEMAS DEMAIS SEM RESOLVER. TEM MAIS GENTE PASSANDO FOME QUE GAZA. TEM MUITO MAIS GENTE MORRENDO VÍTIMA DA VIOLÊNCIA URBANA NO RIO DO QUE MORTOS NAS GUERRAS DAQUI. E PASSAR A CUIDAR DOS PROBLEMAS DAÍ. DOS DAQUI, CUIDAMOS NÓS.

Eu sempre me orgulho de ser também brasileira. Mas nesta semana chorei. De raiva, de raiva de ver que especialmente no Brasil, muito mais do que em qualquer outro lugar, as notícias são absolutamente destorcidas. E isso é lamentável. Não me entendam mal. Eu não acho que todos os árabes são terroristas. MAS SEI QUE QUEM OS CONTROLA HOJE É. E que esta guerra não é só contra Israel. O Islamismo prega o EXTERMÍNIO de TODO o mundo não árabe. Nós só somos os primeiros da lista negra. Por favor encaminhem este e-mail aos que ainda não entendem que guerra é guerra e que os terroristas não são coitadinhos. Eu prometo escrever da próxima vez com melhores notícias e melhor humor. Tenho algumas boas aventuras pra contar.

Um beijo a todos
Shabat Shalom
Ana "
RODRIGO CÉSAR DE OLIVEIRA RIBEIRO
Brazilian Army Captain
United Nations Mission in Sudan – UNMO 03174
Telefone: 00(249)902424304
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