sábado, 26 de julho de 2008

FIRMANDO PROPÓSITOS ESPIRITUAIS PARA UMA VIDA DE SHALOM (II)

Do coração procedem as fontes da vida, assim diz Provérbios 4.23. Uma vida de shalom, uma vida de paz que renove e transforme nossas histórias e relacionamentos, depende essencialmente, de sabermos cuidar do nosso coração a fim de evitarmos que suas fontes sejam contaminadas e contaminem a vida que dele jorra em nós. Mas como cuidar de um coração ao qual a Bíblia chama de “enganoso” e “corrupto”?
A psicologia moderna, principalmente na sua vertente de auto-ajuda, tem ensinado as pessoas a cuidarem dos seus corações deixando-os livres para fazerem aquilo que sentem vontade. Numa sociedade hedonista, onde o prazer é senhor que rege as decisões, parece ser sensato permitir ao coração fazer suas escolhas. Com isto, os limites se esvaem e cada um passa a fazer o que melhor lhe parece. Como conseqüência, passamos a conhecer uma sociedade sem rumo, sem perspectiva e que canta e dança com alegria a falta de caráter. Recentemente, em viagem para Fortaleza e Recife, ouvi algumas canções que embalam várias festas pelo país a fora que exaltam a promiscuidade, a embriaguez e o adultério, como se fossem atos nobres. Tudo isto feito em nome da liberdade do coração.
Observe, à medida que permitimos aos nossos corações tomarem decisões por si mesmos nossa sociedade, relacionamentos e vida apenas se afundam num poço profundo de vazio existencial. Por isso, a Bíblia insiste que o coração de fato é “corrupto”, ele ama o que não presta por causa da pecaminosidade que lhe é inerente. Como conseqüência disto, nossa história chafurda num caos profundo de desordem, desrespeito e falta de vergonha.
Como se vê, o caminho para um coração saudável não é dar-lhe o que deseja, mas oferecer-lhe o que ele necessita. E o que nossos corações necessitam é de amor genuíno (não ilusório) e orientação. Disto decorre a necessidade que temos de conhecer o amor de Deus, amor que transforma os nossos corações, nos dá uma nova maneira de sentir e de viver.
Todavia, o amor de Deus só pode ser conhecido a partir do momento que nossos corações lhe são entregues plenamente em confiança, por fé, na certeza de que o nosso Criador tem algo melhor e superior a nos oferecer. Assim, Provérbios insiste: “Filho meu, dá-me o teu coração”. Ou seja, o caminho não é entregar nossos corações àquilo que ele quer, ou deseja, mas entregar ao seu Criador, Aquele que o fez e bem o conhece. Por isso, Agostinho expressou, após ter vivido de tudo o que o pecado lhe oferecia: “Nossos corações só descansarão quando voltarem para ti mesmo, oh Deus, pois o fizeste com o tamanho exato de ti mesmo” (Confissões).
Vida de shalom depende de um coração em paz com Deus, em paz com seu Criador, pois Deus fez nossos corações para Si mesmo, e enquanto fugirmos do Criador somente experimentaremos sensações de paz, deixando de perceber que estas mesmas sensações criam vazios profundos dentro de nós. O que é real e verdadeiro é a paz que encontramos ao encontrarmo-nos com nosso Deus e Salvador, Jesus. Por isso, que nosso desejo seja de voltarmos nossos corações para Deus a fim de sermos curados e abençoados em nossa jornada. Provérbios diz: “Filho meu, dá-me o teu coração”. Que nossa oração por hoje seja: “Pai, eis o meu coração em tuas mãos, cumpre em mim o teu querer”. O querer de Deus e sua orientação entenderemos na próxima reflexão. Que Deus nos abençoe.

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