quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O CONHECIMENTO AUTÊNTICO DE DEUS

Em todo tempo, em todas as épocas, o ser humano se depara com uma grande indagação: como todas as coisas ao nosso redor (e também nós mesmos), vieram a existir? Neste campo, só duas respostas são viáveis: ou somos produto de uma criação, ou somos resultado do acaso.
Apesar do grande esforço dos evolucionistas para negar a existência de Deus e afirmarem o acaso, é interessante constatar que a população mundial continua crendo em Deus e no seu ato criador. Mais do que isto, por acreditarem que não somos resultado do acaso, as pessoas buscam alguma forma de aproximação de Deus, algum contato que renove suas vidas, lhes traga frescor numa sociedade egoísta e desumana na forma de se relacionar. Valorizamos as coisas e desprezamos as pessoas.
As formas de aproximação do divino são múltiplas e diversificadas. Para tanto, inúmeras são as religiões espalhadas pelo mundo com seus ritos sagrados que prometem levar seus seguidores a uma experiência única com o ser supremo, ou “força superior” como muitos preferem chamar a Deus.
Seja como for, estas experiências esbarram num problema básico que lhes impede a veracidade: todas elas partem da idéia de que o homem, por si mesmo, é capaz de desvendar o caminho para Deus e, por meio dos seus esforços, tornar-se merecedor de intimidade com ele.
Como seres finitos não temos como conhecer a Deus a partir de nós mesmos, nem por meio dos nossos esforços. Deus não é um ser atingível a nós por meio de nossas próprias percepções, pois nele se revela a infinitude do ser. E se não sabemos quem Ele de fato é, como é e como age, não temos como estabelecer ritos de aproximação que sejam eficientes. Entre o finito e o infinito há um grande abismo.
A Bíblia nos ensina que o conhecimento da existência de Deus que se vê em todas as culturas, em todas as épocas, resulta da semente religiosa plantada por Deus na criação ao nos fazer à sua imagem e semelhança. Todavia, tal percepção foi obscurecida pelo pecado, o que impede o ser humano de descrever Deus em seu ser e vontade.
Por causa disso, aprouve a Deus deixar na criação os sinais não somente de sua existência, mas, como diria o apóstolo Paulo, também de seus atributos invisíveis, bem como do seu eterno poder (Rm 1.20). Tal conhecimento resulta da ação do próprio Deus em revelar-se ao ser humano; todavia, tal conhecimento não é suficiente para nos fazer entrar numa relação de intimidade com o Senhor, pois não nos revela sua vontade e o caminho para ele.
Desta insuficiência da revelação geral, aquela que se vê na criação, surge a necessidade de uma revelação especial, que nos fale da vontade de Deus e do caminho que devemos trilhar para ele. Tal conhecimento é obtido por meio da Palavra de Deus. Por causa de sua imensa graça, o Senhor decidiu revelar-se por meio do registro escriturístico. Assim, entendemos quando Jesus nos ensina: Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna. Se o homem está morto nos seus pecados, como diz o apóstolo Paulo (Ef 2.1), então qualquer aproximação de Deus e intimidade com ele dependerá de uma regeneração em nossas vidas, algo que nos faça voltar a viver para, então, conhecermos a Deus. Ora, Cristo nos diz que as Escrituras nos apontam o caminho para o conhecimento de Deus.
Muitas pessoas entendem que o caminho para Deus, para a intimidade com ele, é descrito por meio da Bíblia; mas acabam confundindo a mensagem bíblica com ritos e regras, como se este fosse o caminho para Deus, e acabam tornando-se pessoas legalistas, sem misericórdia em seus corações.
A Bíblia é a revelação especial de Deus para que o conheçamos de uma forma profunda e íntima, mas não são as letras da Bíblia que fazem isto em nós, mas aquele para quem ela aponta: Jesus. Toda a Escritura, do começo ao fim, aponta para o Senhor Jesus como aquele que nos leva ao conhecimento vivo de Deus. De tal maneira que uma pessoa pode conhecer a Escritura por completo e não conhecer ao Deus do qual ela fala. Por outro lado, há aqueles que conhecem pouco das Escrituras, mas conhecem o Filho de Deus que lhes revela o Pai de uma forma doce e consoladora.
Conhecer a Deus será uma experiência fria, acadêmica e sem valor espiritual enquanto for mera discussão e descrição de conceitos. Mas será uma experiência viva quando cada conceito nos levar a Cristo e a ele entregarmos toda a nossa vida, em sincero arrependimento e fé.
Sabemos quem é Deus e qual a sua vontade quando conhecemos a Cristo por meio da regeneração que seu Espírito opera em nós. "Quem me vê a mim vê o Pai" (Jo 14.9).

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