sábado, 2 de agosto de 2008

FIRMANDO PROPÓSITOS ESPIRITUAIS PARA UMA VIDA DE SHALOM (III)

“Você tem que me amar, você tem que me amar, você tem que me amarrrrr”. Assim Baby Sauro, do seriado “Família Dinossauro”, se expressava quando se via ameaçado por algo de errado que havia feito. Na verdade, este grito é o grito de todos os corações humanos, pois lidamos constantemente com o medo da rejeição e da indiferença. Todavia, quando amor do outro se torna algo tão importante para nós, ao ponto de não vivermos sem, corremos o risco de nos entregarmos a todo tipo de situação, simplesmente, para não deixarmos de ser amados. Neste caso, o amor que se expressa na necessidade de aceitação do outro se torna para nós um altar idólatra, e sustentar um altar idólatra é muito caro, pois as exigências são muito grandes, às vezes implicando na renúncia da própria dignidade. Quantas pessoas conhecemos que se entregaram à situações humilhantes, simplesmente, porque não podiam conviver com a idéia da rejeição?
Por isso, o único amor capaz de nos trazer segurança é o amor de Deus, pois nos acolhe como somos e pela sua capacidade curadora transforma-nos dia-a-dia à imagem do Criador revelada em Jesus. Porém, para que o coração possa conhecer este amor que transforma e dá nova direção à vida é necessário conduzi-lo à instrução que vem do próprio Deus por meio da Sua Palavra. Por isso, Provérbios diz: “Filho meu, atenta...aos meus ensinamentos...guarda-os no mais íntimo do teu coração. Porque são vida para quem os acha e saúde para o seu corpo” (4.20,21).
O coração que ama, e tem necessidade de ser amado, será conduzido ou pelas emoções ou pela instrução franca da Palavra de Deus. Quando conduzido pelas emoções, ele se assenta num fundamento insólito, volúvel, pois as emoções vão e vem e, às vezes, se transformam num pesadelo. O amor que nossos corações necessitam exige segurança e as emoções não é o melhor lugar para encontrarmos isto, pois têm “data de validade”.
Agora, quando o amor é conduzido pela instrução franca da Palavra de Deus ele encontra a segurança que precisa, pois passa a conhecer os caminhos que deve trilhar, evitando a dor, o medo e a humilhação. A instrução de Deus se torna vida e saúde para todo o corpo.
Isto nos convida a rejeitarmos toda instrução que brote do coração; a rejeitarmos a premissa que diz: “faça aquilo que teu coração tem vontade de fazer”. O coração não é um guia sábio. O coração precisa ser instruído nos caminhos da vida para que de fato saiba o que é amor e não se perca no emaranhado das emoções.
Uma vida de shalom, de paz e bênção de Deus, só será possível se tivermos a coragem de tomarmos as rédeas dos nossos corações, ensinando-lhes o caminho que devem seguir, as decisões que precisam ser tomadas. E este caminho não é outro senão a Palavra de Deus: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para os meus caminhos” (Sl 119.105). Que nossa oração neste seja: “Oh Deus, conduz meu coração segundo a tua Palavra, e não permitas que me perca no emaranhado de minhas emoções”.
Uma vida de shalom nos desafia a firmarmos propósitos espirituais que toquem em nossos corações, guardando-os do mal, entregando-os ao amor de Deus e instruindo-os no caminho da vida, a fim de que nossas decisões produzam frutos de alegria e paz, livrando-nos dos “cardos e abrolhos” (Gn 3.18) do pecado. Sh´lom Adonai (a paz do Senhor) seja com tua vida.

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